domingo, 24 de abril de 2011

I HOMILIA SOBRE A DORMIÇÃO, 11-14


Ó Mãe de Deus, sempre virgem, a tua sagrada partida deste mundo é verdadeiramente uma passagem, uma entrada na morada de Deus. Saindo deste mundo material, entras numa “pátria melhor” (Heb. 11, 16). O céu acolheu com alegria a tua alma: “Quem é esta, que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol?” (Cant. 6, 10) “O rei introduziu-te nos seus aposentos” (Cant. 1, 4) e os anjos glorificam aquela que é a Mãe do seu próprio Senhor, por natureza e em verdade, segundo o plano de Deus. […]

Os apóstolos levaram o teu corpo sem mancha, o teu corpo, verdadeira arca da aliança, e depositaram-no no seu santo túmulo. E aí, como que passando outro Jordão, tu chegaste á verdadeira Terra prometida, á “Jerusalém lá do alto” (Gal. 4, 26), de que Deus é arquitecto e construtor. Porque a tua alma não desceu “á habitação dos mortos”, nem “a tua carne conheceu a decomposição” (Act. 2, 31; Sl. 15, 10). O teu corpo puríssimo, sem mácula, não foi abandonado á terra, antes foste elevada até à morada do Reino dos Céus, tu, a Rainha, a Soberana, a Senhora, a Mãe de Deus, a verdadeira Theotokos.

Hoje aproximamo-nos de ti, a nossa Rainha, Mãe de Deus e Virgem; voltamos a nossa alma para a esperança que és para nós. […] Queremos honrar-te com “salmos, hinos e cânticos espirituais” (Ef. 5, 19). Ao honrar a serva, exprimimos a nossa ligação ao nosso Senhor comum. […] Lança os teus olhos sobre nós, ó Rainha, Mãe do nosso bom Soberano; guia o nosso caminho até ao porto sem tempestades do desejo bom de Deus.

S. João Damasceno

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